A gente passa a vida ouvindo que precisa melhorar. Ser mais organizado, mais focado, mais rápido, mais produtivo. Mas e se, em vez de consertar tudo que “falta”, a gente simplesmente aceitasse que já funciona de um jeito específico?
Ontem, vi uma recomendação do livro Descubra Seus Pontos Fortes 2.0 e fiquei louca para fazer o teste. Achei a proposta genial: um método para identificar o que você faz de melhor e aprender a usar isso a seu favor. Parecia exatamente o tipo de coisa que eu precisava.
Comprei o livro na mesma hora e já me preparei para esperar uns bons dias pela entrega. Mas, para minha surpresa, ele chegou mais rápido do que o previsto, como se estivesse com pressa para me dizer algo que eu ainda não sabia.
Assim que raspei o código, fui correndo fazer o teste. Eis o resultado:
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- Realização
- Pensamento estratégico
- Responsabilidade
- Estudioso
- Organização
Nunca fui de escolher o caminho mais fácil. Sempre quis testar meus próprios limites. Foi assim na faculdade, quando precisei escolher uma cadeira complementar e, em vez de seguir pelo óbvio, fiz pesquisa de marketing no curso de estatística, não porque era obrigatório, mas porque queria entender além do superficial. E é assim até hoje: quando minha agenda parece cheia, sempre encontro espaço para encaixar mais alguma coisa. Quando acho que não dá para ir além, me provoco só para descobrir que dá. O desafio nunca foi um obstáculo, sempre foi o que me move.
Mas não é só sobre fazer muito. É sobre fazer bem. Estou sempre em avaliação, analisando o que produzo, refinando, ajustando, melhorando. Os detalhes importam porque são eles que fazem a diferença. Se começo, termino. Não existe meio-compromisso, e cumprir o que assumo é parte de quem eu sou. Para manter esse ritmo, organização e produtividade não são uma escolha, são a única forma de fazer tudo funcionar sem que nada se perca no caminho.
Nada disso era novo. Mas, por algum motivo, eu precisava que alguém me dissesse.
A gente cresce sendo empurrado para longe do que já faz bem. Tudo ao redor grita para que você melhore o que não é tão bom assim. Para que ajuste as peças que não encaixam. Para que compense suas fraquezas ao invés de potencializar suas forças.
O teste não me ensinou nada que eu não soubesse. Mas me lembrou daquilo que, às vezes, eu esqueço.
E talvez seja essa a verdadeira utilidade de se conhecer melhor: não mudar, mas aprender a jogar com as cartas que já estão na sua mão.